Hoje enchi uma caixa de saudades e algumas coisas mais.
Desde cedo o céu aqui ficou cinza. E engraçado, dias assim não me trazem tristeza, mas um “sabor” de “hoje seria um dia bom para ficar em casa junto”… sempre achei tempos assim gostosinhos.
A casa está tomando um pouco mais de forma, as coisas começam a ir para o lugar, inclusive os quadros e lembranças de viagem. Estou tentando arrumar tudo. Antes eu achava que era para receber, para trazer de volta, mas hoje eu sei que é para que EU fique.
Fui comprar flores, elas conseguem encher com um pouco de vida esses montes de metros quadrados. Mas foi só colocar o pé em casa e a luz acabou… já se foram umas 6 horas, e até agora nada de voltar.
Nessa época do ano escurece cedo, e eu simplesmente não lembrei de comprar velas. O jeito foi acender uma que eu dei de presente e ficou esquecida por aqui, o bom é que o cantinho fica cheirosinho também.
Mas voltando à caixa… precisei organizar o meu NÃO um pouco. Eu não fugi, mas tentei me esconder do que estava em volta, porque às vezes o que te cerca são as coisas que dão certo, mas não com você. Não é ficar triste com a alegria alheia, mas é não precisar olhar para dentro, para ver as encrencas que nos habitam. Muitas vezes continuar no quentinho da ignorância vira opção, a vida fica pela metade, mas é um jeito de se recompor.
Viver pela metade é só sobreviver todo dia. E puxa, a vida é tão breve. Só essa semana quase virei paçoquinha por duas vezes. E fico pensando, e se tudo tivesse acabado ali naqueles segundos… a vida dos últimos meses não é a vida que eu gostaria de ter vivido. Valeu a pena o longe, as lágrimas, o automático?
Eu poderia ter ido parar num (virge, nem vou falar)…. e definitivamente, a vida é curta demais para ficar guardada numa caixa.