Estou eu aqui pensando nos fantasmas que habitam nossa vida de verdade, que sugam nossas forças, que “comem” nossos dias.
Nos últimos meses eu achava que estava morando sozinha, mas a verdade é que eu não estava. Aqui no 12B habitam comigo o fantasma de tudo o que eu podia ter feito diferente: o café que não era coado, a roupa que eu acumulava para lavar, o fato de eu não saber passar a mesma, o arroz que era sempre integral, minhas reclamações com hábitos que não eram meus, entre mil outras coisas.
Tem também o fantasma daquele dia: ao invés de insistir eu deveria ter levado pizza, poderia ter sido menos carente, poderia ter feito sozinha.E o fantasma do futuro: eu esqueço de viver o agora esperando por alguém que não vem.
Esses fantasmas são reais, e o sobrenome deles é Culpa, normalmente não é toda sua, mas você pega para criar, e atuam como câncer em qualquer tipo de reação que podemos ter. Eu convivo com eles todos os dias, e são todos os minutos mesmo, o resultado é que envelheci, não consigo manter mais do que 30 minutos de conversa, me isolei do mundo.
A verdade é que hoje sei que foram pequenas coisas, eu não percebi, e ninguém se deu o trabalho de tentar consertar, de tentar de novo (tem sempre o caminho de deixar a merda para o outro limpar). O tempo me mostrou que o amor é soberano sim, ele está acima das mágoas, é o que faz você cuidar, querer estar perto. Para amar precisa ser responsável, e não mimado.
Não importa como você chama as coisas (se você não consegue dar nome aos sentimentos), sei que quero paz de novo dentro do meu coração, felicidade para mim é isso: PAZ. Preocupações vão embora do mesmo jeito que chegam, momentos gostosos são compartilhados, os chatos se resolvem, os abraços te completam, os beijos acalentam e estar junto é natural.
Eu quero sim, PAZ e AMOR.