Galho seco 

Eu confesso que às vezes me sinto adormecida… adormecida como uma semente, prestes a virar alguma coisa, só potencial. E ser só potencial é como ter a vida “no pause”.

Já fui planta, por isso talvez seja tão difícil (frustrante até) ser semente de novo. 

Por um tempo achei que o que eu andava sentindo era um vazio muito grande, como se toda inspiração, que é o que sempre me manteve pulsando, simplesmente tivesse se esvaído, achado um buraquinho e escapado como fumaça. Até que numa dessas conversas da vida, onde alguém conseguiu falar o que eu realmente precisa ouvir (com muito carinho, ainda bem que não precisou ser no “chacoalhão”), me fez ver que o que havia dentro de mim não era falta, mas sim excesso de ideias que eu não sabia mais como colocar para fora.

Acho que perdi o jeito em algum momento de transformar imaginação em realidade. E é esse excedente que não transborda, que faz a cabeça virar uma “panela de pressão”. 

Já sentiu aquela sensação de não saber por onde começar? Acho que a maioria das pessoas. E eu fico assim, e não começo nada. E fico repleta de “tudo” aqui dentro.

Mas há um tempo atrás, aconteceu algo aqui em casa que me fez perceber que talvez eu não seja “semente”, mas um “galho seco”; e descobri que isso não é tão ruim quanto parece. Aprendi isso com a própria natureza, sem uma palavra, só com um “susto” (rs).

Me ausentei por uns dias do 12B (imprevistos acontecem), e algumas plantinhas acabaram sofrendo até lembrarmos que elas não podiam esperar e estavam “famintas” por água e luz. A maioria seguiu firme e forte, a arruda (pouco mais que um “filhote”) deu uma amareladinha… ficou murchinha… mas continuou ali. Mas a guiné (que já tinha um vaso “para chamar de seu”, mas ainda não tinha ido para lá) perdeu todas as folhas, o caule perdeu a cor, e virou um galho seco, daquele jeito que você olha e não vê mais vida ali.

Só que essa pequena teve uma segunda chance, alguém resolveu colocar ela no vaso que já seria dela, e eu fui lá e reguei (mais que água, talvez naquele momento fosse “amor líquido”). E sim, em menos de uma semana as primeiras folhas brotaram, e praticamente de um dia para o outro, o que era um galho seco, mostrou que podia ser muito melhor do que era antes. 

Foi aí que percebi que estou mais para um galho seco (que na verdade está cheio de vida, e capaz de ser melhor do que já foi), do que semente.

A plantinha? Tenho ela aqui crescendo, verdinha… e olhar para ela, é como ter o Universo falando: Tive que “desenhar” para você entender.

=]

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