potencial 

Desde que eu me lembro por gente tive excesso de coisas para o tamanho do lugar onde eu podia guardar. Um dos motivos para o meu quarto ser uma bagunça. Praticamente uma proporção de 43% falta de espaço e 57% uma desorganização que vem de dentro.

A verdade é que se você tem espaço certo para tudo, a bagunça pode sumir rapidinho. 

Na maior parte da minha vida morei numa casa bem grande, mas minha mãe insistia que a minha “bagunça” tinha que ficar no meu quarto. Nem preciso dizer que não cabia e precisamos entrar num consenso para eu dar uma “espalhadinha” pela casa. 

Olha vou dizer que foi um acúmulo sem fim. Livros, revistas, sapatos, roupas, portfólio físico, material de artesanato, cremes, virgeeee… você só percebe o quanto tem quando vai para um lugar menor.

No meu caso, também sem armários. Eu tenho dois armários no 12B: uma “torre” na cozinha para embutir o forno e o microondas, e aí consegui o plus de duas portinhas em cima e duas embaixo e o restante são prateleiras abertas, sem nenhuma gavetinha para contar história, mas acredite… isso não é o fim do mundo, dá para levar numa boa. O outro foi um presentão, tá lá sendo as duas portas de espelho mais felizes do mundo, metade com meus vestidos, metade com…

O meu espaço de closet é ocupado com prateleiras e cabideiros, uma cortina que fiz a mão faz as vezes de portas. 

Meus livros já tem lugar certinho, bonitões na estante. Minha coleção de anos de Vogue não tinham lugar, estavam acumulando pó na casa da minha mãe, e melhor do que um destino como a reciclagem, vão continuar sua vida como referência, indo para as mãos de um menino muito querido que está fazendo faculdade de Moda. Já doei muitas roupas e sapatos, mas tem mais alguns para terem donos novos, acabou o lugar no 12B.

E daí que essa semana que passou foi a vez de levar meu material de artesanato. E olha, fiquei boba com a quantidade de coisas, minha acumulação não limites… mas a verdade, é que me fez lembrar que ao longo dessa vida fiz um acúmulo bom, o de conhecimento. Afinal revi material de: costura, crochê/tricô, pintura, caligrafia, encardenação… uma infinidade de coisas que conheci, acumulei material…. e estão ali.

Tentar dar um lugar para tudo, e perceber que nem tudo cabe lá, me fez notar que tanto material na verdade é um monte de potencial parado. São o estado “bruto” das coisas esperando para virar algo mais bacana, assim como essa Ju aqui. Essa Ju em estado bruto tem tudo para ser melhor.

Ouvindo o álbum From here to now to You – Jack Johnson

Um ano e tantos meses depois…

A regra é clara: o tempo passa voando.

Me toquei que sábado fará 1 ano e 7 meses que pegamos as chaves.

Bem, a verdade é que encaramos o desafio de deixar o nosso canto, com nossa cara e com nosso orçamento. Isso significa realmente ter muita paciência (virou meu mantra nos últimos tempos) porque realmente as coisas só vão muito rápido se você tem uma grana boa para agilizar isso, do contrário (o caso da gente), tudo terá que ser no nosso tempo. O lance é não sofrer com isso e curtir cada passo desse “caminho”, que realmente não será curto, mas pode ser bem legal.

Bora falar sobre o nosso orçamento. Infelizmente (ou felizmente), ele não comportava chamar um profissional para fazer o projeto do apartamento, (confesso que tenho medo daquele tipo de projeto que segue todas as regras, afinall isso realmente não combina muito com a gente). Ter um orçamento limitado faz com que você aprenda na marra a planejar as coisas, saber que determinadas decisões não podem ficar para próxima etapa.

Meu primeiro recurso ao invés de revistas (que acabei comprando algumas sim) foi o Pinterest.

Primeiro fiz um board geral de tudo que eu queria ter de referências para o 12B.

E conforme as ideias iam brotando, acabei criando um para cada cômodo.

A verdade é que quanto mais eu via coisas lindas, mais eu percebia que eu não tinha tudo isso de paredes e nem de metros quadrados. Então você começa a entender mais uma regra da vida: ela é feita de escolhas, e chegou a hora de fazer algumas.

Para tentar dar uma “direcionada” nos desejos, resolvi “desenhar” tudo o que estava na minha cabeça, isso ia facilitar para o meu moço, que ficava com cara de paisagem a cada nova ideia. Massss… tá aí um “detalhe” gigantesco: eu não sou arquiteta nem designer de interiores, eu não domino desenho técnico, e aí?

Daí que dando uma fuçadinha, escolhi uma ferramenta que podia ajudar a materializar um pouquinho de tudo o que estava  habitando a “cachola” (e os meus boards) em forma de desenhos: o SketchUp. Munida da planta baixa, falta de vergonha (pq é claro que não ia ficar “super”) e muita disposição, me joguei.

12B
A verdade, é que muito do que estava aí, realmente acabou “acontecendo”, algumas resolvemos fazer diferente e outras ainda vão acontecer.

P.S. – fiquem tranquilos, não sou tão maluca, e o que precisou de parecer técnico, teve o profissional certo para falar se dava ou não para fazer.

P.S.2. – os boards continuam sendo “alimentados” quase que diariamente.

resolveu colocar madeira no chão?

Prepare o bolso, a caipirinha, o lado monja, o rivotril, sente e espere…

…vai ficar tudo bem e lindo no final!

Mas até aí o caminho é longooooo…. (pelo menos para essa pessoa aqui, que é assumidamente mais do que ansiosa).

O piso do 12B está pronto já faz um tempinho… maaaaas não podia pular essa parte da espera aqui no blog.

Começa assim, depois da compra, você espera pelo menos uma semana para entregarem (houve algumas lojas que pediram 20 dias).
:: acrescente 7 dias no cronograma ::

 

madeiras_chegaram

No dia da entrega reze para não chover (a madeira é tratada… mas neeeem tanto, se molhar, pode manchar).
:: acrescente mais 1 dia, “ande uma casa” ::

A equipe que entrega não é a mesma que instala. Agora é esperar.
:: some mais 7 dias ::

 

03

E eu achando que em 3 dias estaria tuuudo instalado (bobinha).
:: mais 7 dias por favor! ::
(nessa fase o 7 já virou número cabalístico)

 

02

A madeira é temperamental, precisa de 20 dias para “saber” se vai ficar no lugar ou não.
:: o que são mais 20 dias no cronograma? ::

É dia/semana de raspagem e aplicação da resina.
:: olha o 7 (dias) de novo aí minha gente ::

 

04

Acabouuuu! Mas nem pense em entra no 12B. O nosso acabamento é fosco, mas nessa fase, é mega brilhante, praticamente um espelho.
:: 2 dias sem passar da porta de entrada ::

Ufa, agora pode pisar, mas de meia, nada de sapatos por enquanto.
:: anota aí, depois de mais 5 dias pode colocar um tapetinho ::

 

photo(31)

Entre e fique à vontade!
:: 54 dias depois ::

e esse chão?

Ter um apartamento que vem no contrapiso tem suas mil possibilidades, mas também traz junto 1 trilhão de dúvidas. É claro que você não passa por aquele impasse de: “aí que dó, não vou quebrar… mas ui, é tão feio”, nem a felicidade de: “aí que lindo é só lixar e aplicar resina”.

Imagem

Ponto primordial aqui além do resultado estético, é o resultado que a escolha vai causar no seu bolso.

  • Se você gosta de um visual brilhante vai curtir um “porcelanato gloss” e outros “acabamentos mil”, a maioria resinados que tem o mesmo efeito, e que não apresentam emendas.
  • Se curte um lado mais “industrial”, tem a escolha do cimento queimado, e olha, agora tbém tem porcelanato que imita o efeito (a minha cozinha já veio assim)
  • Se você curte madeira… dá para viajar desde o lado “casa da mãe, acabei de passar cera, tá um brilho só”, até um lance mais rústico “estilo demolição”. O efeito você consegue com piso laminado, madeira mesmo e olha lá de novo: porcelanato.

No fim das contas, a escolha ficou por conta da minha porção índia da minha árvore genealógica (é acredite essas pintinhas tem uma porção índia, meu Vô Luiz que me deu isso). Explico: EU GOSTO É DE ANDAR DESCALÇA DENTRO DE CASA, (e para falar a verdade, fora de casa tbém…)

MAS PÁRA TUDO… o 12B não é só meu, é do moço tbém… mas tudo bem, ele gosta de andar descalço tanto quanto eu. =]

Por isso, depois de muita pesquisa, pisando descalços em vários pisos, nossos “pés” optaram pelo piso de madeira de verdade. O visual que a gente queria era algo mais rústico, mas depois de muito olhar percebemos que não iríamos colocar demolição, pq a vontade era ter um piso mais uniforme mesmo…

assoalho demolicao Assoalhos Monetdemolição

 

aí no mundo dos assoalhos vc descobre que a moda agora é o palito

Taco_palitopalito

Eu confesso que fiquei com muito receio de enjoar, e para falar a verdade já temos bastante informação nos ambientes (cobogós, tijolinhos, paredes coloridas). Na casa da minha mãe a madeira é escura (ipê), mesmo achando lindo, dessa vez eu queria algo mais claro, foi aí que optamos pelo cumaru (é essa mesma madeira dos tacos palitos aí de cima) mas o nosso é um assoalho com 10cm.

 

E nasce uma parede flex

A parede flex já nasceu tem uns bons meses, mas tempo que é bom para fazer o post, virou artigo de luxo que não vende em loja de artigo de construção (meu “it” lugar aos fins de semana já faz alguns meses).

Agora vamos sacudir a poeira da reforma, e rever o cobogó escolhido:

cobogo

O meu moço é de TI, e mesmo fazendo uns desenhos no SketchUp, foi essencial fazer um “boneco” em tamanho real na parede. =]

parede_a

Aprovado o “boneco”… bota a parede para baixo (drywall)… e sobe o cobogó!!!

Mas aí topamos com um probleminha para a tal parede mista, ele tem só 7 centímetros de espessura. Nosso “Santo Edinho” nos alertou que isso implicaria numa parede muitoooo fininha… não rolaria!

PENSA RÁPIDO, PENSA RÁPIDO, PENSA RÁPIDO… BORA DUPLICAR O COBOGÓ… e foi isso o que fizemos, COBOGÓ DUPLO!

parede_b

E os próximos passos dessa parede, só no capítulo “pintura” (chega logo, chega logo!)

O mundo dos cobogós (e a arte de escolher um modelo para chamar de seu)

A primeira coisa que aprendi sobre cobogós, é que a maioria das lojas agora os chama de “elemento vazado”, principalmente as grandes redes. O mundo se abre mais ainda quando você descobre sobre a diversidade de materiais que eles são produzidos: cerâmica, louça (esmaltados) e os cimentícios. E ainda tem mais coisas por aí, mas esses são os mais comuns.

cobogos_b

Existem versões confeccionadas em gesso e outro materiais parecidos, e que às vezes tem como resultado final uma parede-escultura, vc não vê emenda alguma. (D-E-S-E-J-E-I)…
Mas numa pesquisa prévia de valores, coloquei os pés no chão e abandonei a ideia de ter essa “obra de arte” como parede. Para falar a verdade não sei se tecnicamente seria possível executar minha solução de “mini privacidade” com esse material.

E aí… bora para a pesquisa de campo, para olhar tudo de perto.

Uma coisa eu já sabia, a parede tinha que ser BRANCA. Os mais baratos são os cerâmicos, mas achei melhor não arriscar tentar pintá-los. Os de louça são lindos, mas beeeem mais caros, e eu limitei o orçamento dessa parede para conseguir fazer todas as outras coisas.

Meu mundo então se abriu para os cimentícios, e foi ali que encontrei um cobogó para chamar de meu.

Ele é da Neo Rex, comprei direto da fábrica.
(meu contato foi a Ana, super atenciosa e paciente para tirar todas as minhas dúvidas)

cobogo

Foi amor à primeira vista, e o efeito visual lembra muito o das cadeiras de palhinha.

combogo-palhinha

Tchau 3º quarto

Uma das principais decisões que tomamos assim que entramos no 12B, era que o terceiro quarto ia virar um escritório e… para quê tanta parede né minha gente?

Bem, de duas paredes para serem reduzidas à entulho, resolvemos que a da porta não sairia do mundo das caçambas (e viva aos espaços abertos) e a segunda, que faz divisão com o living, ia passar de gata borralheira (drywall) à Cinderela, ou seja, minha tão sonhada parede de cobogós.

E aí rolou um consenso do “meio termo”: preservar uma “mini privacidade” entre living e escritório… e como fazer essa dualidade numa parede? Coisa de geminiana que quer tudo ao mesmo tempo.
Bora então pensar numa parede meio cobogó e meia “parede de verdade”. A solução: cobogó em arco.

tchau_3_quarto_01
Dessa forma, eu ainda teria uma mini parede para a TV na sala e do outro lado o “cantinho da costura”. Próximo passo: decidir o modelo dos cobogós.

tchau_3_quarto_2

uma página em branco! (ou várias paredes em branco)

pag_em_branco

Chave na mão e uma infinidade de possibilidades nos meus metros quadrados mais queridos. Já faz uns meses que “coleciono”  móveis, cores de parede, cositas fofas e ambientes inteiros pensando no “meu canto” (e viva o pinterest!). Quando fomos a primeira vez lá (e nem era nosso ainda), surtei e já comecei a dividir em mais álbuns, rolando uma organização por ambiente.

Segundo meu moço, “é pouca parede para tantas ideias e referências”. Para falar a verdade, acho que para fazer tudo, era melhor ganhar umas 500 vezes na mega-sena e comprar uma vila inteira de casinhas.

P.S. – as obras começam em janeiro, e tem só um mês praticamente para resolver tudo o que vamos mexer (e bota parede no chão, tira essa porta daí, coloca a janela, fecha a sacada… rs)

P.S. – meu surto pinterístico pinterest.com/jufioroto/

toda felicidade do mundo cabe em alguns metros quadrados? CABE SIM!

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E então você resolve que é hora de dividir o mesmo teto. (OBA!) Surge a dúvida: alugar ou comprar? E entre prós e contras decidimos investir nosso rico dinheiro na casinha.

Quando começamos a procurar, há dois anos atrás, começou a rolar uma frustração: a gente guardava 10 e aquele apartamento que “b-a-b-a-m-o-s” aumentava 80, decidimos parar por um tempo pelo bem de nossa sanidade mental. Resolvemos controlar a ansiedade (haja meditação e caipirinha) e ficar um ano sem procurar.

Mas… sabe quando dar tchau de domingo já ficou chato demais? Pois é, e esse ano rolou mais uma tentativa, e encontramos dois caminhos: super localização e pequenininho OU mais afastado e maiorzinho. Bem, como somos espaçosos, ficamos com a segunda opção…. e mesmo assim, demoramos alguns meses para encontrar o que realmente encheu nossos olhos e fez com que a gente não conseguisse pensar em outro, que só de visitar já rolou uma decoração mental em cada cômodo, se fosse possível eu já queria pegar a chave no outro dia. Finalmente achamos!! Mas nem tudo é tão simples né minha gente, e foram aqueles dias de angústia esperando que nossa proposta fosse aceita, e um tempo burocrático de dias e dias, que viraram mais de um mês, dois… mas que pareceu séculos. Até que finalmente chegasse o dia de CHAVE NA MÃO!!! (fogos, champa… e um mês de festa)

Sejam bem-vindos ao 12B!

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