Meus bichões (nem um pouco estimados)

Faz quase um ano e meio que estou “tratando” do meu bicho grande e desengonçado (tô é tentando mandar ele para bem longe daqui). A verdade é que todos os dias são intensos. Alguns dou conta de deixá-lo quieto, sozinho, deitadinho ali no canto; em outros, ele destrói toda casa, me tira o sono, a paz. Na verdade tenho dois desses bichões aqui (como se um já não fosse suficiente), o outro chegou há alguns meses. 

Esse que chegou a menos tempo, me morde, me machuca mais, me atormenta todos os segundos. Conto nas palmas das mãos quantas horas ele me deixou em paz em meses de convivência.

Continuo ouvindo que eles só estão aqui comigo porque eu quero, porque eu deixo ficar, mas juro por tudo que é mais sagrado, eu não quero eles aqui. Eu não dou comida, pelo contrário tenho feito um monte de coisas para que eles sintam fome, sede, solidão e vão embora de vez… confesso que estou bem cansada de tanta coisa que eu faço para perceberem que aqui eles não podem ficar. Estou exausta, mas continuo firme. 

A verdade é que sem saber (acredito eu), tem gente que alimenta os meus bichões, principalmente o mais novo. O que faz falta para mim, para ele é comida. Ele se nutre do meu vazio. Ao invés dele ficar mais fraco com o passar do tempo, ele vai ficando mais robusto, e nem preciso dizer que suas mordidas doem mais.

Às vezes fico apavorada em pensar que eles continuem aqui por muito mais tempo. Mas já não sei mais o que fazer para esses danados irem embora.

Vou dizer que são bichos vingativos, e quando percebem que eu estou no controle, os dois me atacam juntos, são sacanas mesmo, e nessa hora eu realmente não consigo ficar em pé.

Lanço aqui minha campanha “Abaixo os bichos da Ju!”
P.S.: meus bichos não gostam de cor, não suportam sorrisos e ficam p**os quando percebem que as coisas podem ficar melhores para mim.

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